Educação inclusiva é para todos mesmo

Ensinar a respeitar as diferenças e a incluir o outro no grupo também é papel da escola

 

A escola é um dos primeiros locais que possibilitam a inclusão da criança na sociedade. E é por meio da educação que elas aprendem a respeitar e a conviver com as diferenças do outro. Quando se fala em educação inclusiva ou especial, trata-se da inclusão de qualquer indivíduo. A legislação brasileira assegura os direitos das pessoas com deficiências e sua efetiva integração social e exige que a educação especial seja incluída no sistema educacional como modalidade de educação escolar em todos os níveis de ensino da rede regular, tanto em escolas privadas quando nas instituições públicas.

 

A coordenadora pedagógica da Rede Alfa Sônia Campelo entende que a educação inclusiva é aceitar as diversidades e não excluir nenhum tipo de comportamento, deficiência ou talentos. “No contexto da inclusão, nós trabalhamos com três momentos diferentes para receber este aluno. Primeiro, fazemos o acolhimento, que é um dos nossos pilares. Acolhemos os pais, independentemente do problema ou dificuldade. E acolher não é sentir pena, mas atender esses pais de forma solidária. Nós mostramos nosso entendimento sobre a situação da criança e investigamos todos os detalhes. Se o caso é autismo, solicitamos o laudo, verificamos o nível da síndrome e qual encaminhamento deve ser dado”, explica.

 

A segunda etapa é o diagnóstico. Uma nova reunião é feita com os pais, que devem trazer toda a documentação, e também são feitos encontros com a criança e avaliação de todas as informações obtidas. O terceiro e último momento é definir com a família como será a parceria com a escola, pois cada um ficará responsável por uma parte do trabalho. Ter o comprometimento de todos é essencial. “Nós deixamos claro o que podemos oferecer e qual a nossa estrutura pra atender este aluno da melhor forma possível”, destaca. Se a criança tem síndrome de Down, por exemplo, pode precisar de atendimento externo em uma clínica. A Rede Alfa conta com psicólogas em todas as unidades e irá oferecer o suporte necessário para acompanhar a evolução do aluno, mas é responsabilidade dos pais assegurar as terapias necessárias em locais externos.

 

“O colégio o influencia de forma muito ​positiva, porque a gente nota no dia a dia a evolução da autonomia dele. (…) A gente sente que ele acorda animado para fazer as tarefas e, como ele se sente querido e amado pelos colegas e professores, é um ambiente bom para ele!” – declara a mãe de Gustavo.

 

Sônia observa que o apoio oferecido pela instituição para educação especial é semelhante ao dado aos outros alunos, porém, com as particularidades de cada caso. Se for necessário, o aluno receberá atendimento personalizado do professor, acompanhamento da coordenação, da direção, da psicóloga ou até mesmo de um monitor de maneira individual. A escola também pode trabalhar em conjunto com os outros profissionais que atendem este aluno fora do ambiente escolar. “Consideramos o atendimento a necessidades básicas, mas entendemos que existem situações diferenciadas. Um caso que vivenciamos foi de uma criança com deficiência visual e nós nos propusemos a fazer uma apostila em braile para que ela pudesse acompanhar o conteúdo. Em outra situação, enviamos o material e as provas para a clínica que atende um aluno autista para que fossem feitas adaptações e ele pudesse usar o conteúdo em sala”, conta.

 

A educação inclusiva é importante para o aluno que tem alguma dificuldade se sentir inserido na sociedade e também para os colegas, que terão a oportunidade de respeitar as diferenças e entender que ninguém é igual. “O preconceito é um comportamento do adulto. As crianças aceitam a diversidade com muita naturalidade. E para reforçar este respeito, nós trabalhamos com projetos de cidadania, inteligência emocional e várias outras atividades. Uma experiência que contribui para aceitação da diversidade é a troca de sapatos. O aluno troca o sapato com o colega e ao caminhar percebe que seu pé é diferente do outro, o calçado é grande ou apertado e possui características diferentes do seu”, acrescenta.

 

Trabalhar com inclusão é fundamental em qualquer segmento. E esta dedicação deve ser diária, envolvendo toda a equipe de colaboradores. Afinal, incluir é aceitar, se colocar no lugar do outro, respeitar as diferenças. E isso vale para todos, começando por cada um de nós.


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