Educação Infantil: Principais receios que pais têm ao deixar crianças pequenas na escola
Os benefícios proporcionados pelo ambiente escolar devem superar o receio dos pais de matricular os filhos pequenos na escola
Um dos dilemas enfrentados por muitos pais é saber a hora certa de colocar seu filho na escola pela primeira vez. É natural que muitas incertezas e medos venham à tona na hora de decidir quando será o momento mais propício para a criança ingressar na educação infantil. A maioria tem receio de que os filhos não se adaptem à nova realidade, tenham dificuldades de socialização, fiquem doentes com frequência, chorem por sentir falta da família ou de casa, não se alimentem direito, não consigam comunicar suas necessidades ou não sejam cuidados como o desejado. “Nós buscamos mostrar aos pais que, mesmo no coletivo, seus filhos estão sendo olhados e cuidados”, afirma a coordenadora pedagógica Sônia Campelo, da Rede Alfa.
Sônia explica que é natural a família ter receio de matricular as crianças pequenas na escola. Mas existe a necessidade de avaliar os benefícios que a educação infantil pode trazer para a evolução social, cognitiva e motora de uma criança. A interação com outros indivíduos, a participação em atividades dirigidas de acordo com a fase de desenvolvimento e a descoberta de um mundo diferente promove novas sensações, experiências e percepções que acompanharão esta criança por toda a vida.
Hoje, com as famílias cada vez menores e sem a possibilidade de brincar na rua com os vizinhos, por exemplo, a escola é um lugar privilegiado, no qual a criança tem a chance de conviver com seus novos amigos. E, nessa interação, ela pode perceber que todos têm interesses em comum e que é possível compartilhar seus pequenos conhecimentos e experiências durante as brincadeiras informais e também nas atividades propostas pelos educadores. Dessa forma, sua personalidade vai sendo construída continuamente. A escola deve promover essas situações de descoberta nas quais a criança possa formar sua identidade, estabelecer relações e conviver em meio aos grupos sociais.
Outro ponto fundamental para a escolha da instituição de ensino é a forma como a escola administra situações de conflito. A postura da instituição diante de qualquer situação deve ser escutar os pais, verificar o que aconteceu e dar o retorno para a família. “Antes de qualquer tomada de decisão, a escuta ativa deve acontecer, independentemente da fase escolar. E, após esta etapa, é essencial dar uma resposta aos responsáveis”, observa a pedagoga.
O conceito de escuta ativa diz respeito à interpretação da linguagem verbal e não verbal para compreensão eficaz do que está sendo dito e transmitido. É entender o problema e o seu contexto, tendo empatia com os pais e alunos envolvidos no caso. Desse modo, a família sentirá confiança nas decisões e atividades da escola. Essa credibilidade garante a tranquilidade dos pais.
Fase de adaptação
O acolhimento dos professores ajuda na fase de adaptação. Nos primeiros dias de aula, é preciso que haja um trabalho em conjunto dos pais e da escola. É fundamental que os responsáveis não transmitam insegurança nem demonstrem nervosismo aos filhos, pois eles podem ficar ainda mais ansiosos com a nova situação. “Nossa preocupação como escola é acolher os pequenos da melhor forma possível e desenvolver um vínculo de confiança para que o aluno se sinta confortável e seguro em meio aos outros colegas”, acrescenta a coordenadora pedagógica Sônia.