Ensino Fundamental: os desafios de cada fase

Considerada uma das fases mais importantes da educação, esta etapa é a base do conhecimento que o aluno utilizará no futuro. Mas o que o Ensino Fundamental tem correlação com isso?

A formação de uma pessoa passa por diversas fases. Cada uma tem características únicas que fazem parte da construção do saber individual do aluno. A coordenadora pedagógica Sônia Campelo, da Rede Alfa, observa que todas as etapas são importantes, contudo, o ensino fundamental representa uma mudança na vida escolar, já que faz a transição da educação infantil, prepara o aluno para o ensino médio e serve como base para toda a vida. “É neste momento que o indivíduo irá se desenvolver como pessoa, como cidadão e entender mais como ele deve se portar e se relacionar com o mundo”, destaca.

O ensino fundamental compreende a faixa etária dos seis aos 14 anos – inicia na primeira série e termina no nono ano. Durante este período, o aluno deve ser totalmente alfabetizado, com leitura e interpretação avançados, além de saber fazer cálculos. Outros aprendizados também são fundamentais, como princípios e valores que formam o caráter pessoal, a compreensão das relações sociais, a interação com o ambiente natural, a estrutura do sistema político, a importância das artes, da história e da cultura e, até mesmo, o conhecimento sobre a tecnologia.

Do 1.º ao 5.º ano

 

Os primeiros anos do ensino fundamental mudam a rotina escolar. Segundo a coordenadora pedagógica Sônia, os alunos devem ser estimulados a desenvolver suas habilidades cognitivas, relacionamentos sociais, cidadania e autonomia ao mesmo tempo em que a alfabetização é promovida. As atividades devem ser lúdicas para despertar o interesse das crianças e incluir conteúdos de algumas disciplinas, como português, matemática, geografia, história, ciências e inglês. A interdisciplinaridade é extremamente importante para que diferentes áreas do conhecimento tenham conexão.

Sônia explica que entre os desafios desta primeira fase estão ensinar a criança a ter autoconfiança e autonomia para estudar sozinha, se organizar e entender o sistema de ensino. “É imprescindível aprender a ter disciplina e a criar o hábito de estudar para que, no futuro, isso seja uma atividade natural. O aluno deve se acostumar a ter um horário para rever o conteúdo, fazer as tarefas e ter um ritmo de estudos que favoreça a sua concentração e sua motivação”, acrescenta.

Do 6.º ao 9.º ano

 

Na segunda fase do ensino fundamental, o primeiro desafio dos alunos é se ambientar com a nova forma de sistematização do ensino, com professores especializados para ministrar cada matéria, maior cobrança em relação a sua autonomia para aprender e assimilar o conteúdo, estudos cada vez mais complexos e a interação entre as disciplinas. O indivíduo é estimulado a refletir, argumentar e a formar seu pensamento crítico. A escola também é responsável por promover métodos de ensino nos quais a teoria e a prática caminhem juntas.

Outro obstáculo a ser superado nesta etapa é a falta de motivação. Na primeira parte do ensino fundamental, os alunos vão para escola para brincar e encontrar os colegas. No ensino médio, a razão para estudar está no desejo de passar no vestibular e entrar em uma universidade. E no meio do caminho estão os alunos do sexto ao nono ano, que não querem mais brincar e enxergam o vestibular como um futuro distante. “Nosso caminho para motivá-los tem sido promover projetos diferenciados como a feira de ideias, trabalhos multidisciplinares e o Laboratório Inteligência de Vida (LIV). O LIV visa favorecer a inteligência emocional e desenvolver habilidades socioemocionais, como trabalhar em equipe, saber compartilhar e ter disciplina e responsabilidade” ressalta a pedagoga.

Segundo Sônia, uma estratégia que deu certo para motivar estes alunos foi incentivá-los a buscar a informação de maneiras diferentes, com apresentações em grupo, por exemplo. “Uma turma utilizou o livro baseado na história de um navegador brasileiro como referência. A matemática aproveitou os traçados que ele teve que fazer para viajar, por exemplo. Também foi falado sobre a parte nutricional, os alimentos desidratados, o clima, enfim. Todas as matérias foram abordadas de uma forma diferente, sem a necessidade de aula expositiva”, conta.

Ao adotar um plano de ensino adequado para cada fase, a escola se torna um importante agente na formação de alunos mais preparados para os desafios que terão pela frente.


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