Mudanças no vestibular: questões mais complexas e que exigem mais raciocínio
Nos últimos anos, a metodologia dos vestibulares mudou. Saiba como encarar essas mudanças com sucesso
Quem está se preparando para prestar vestibular precisa ficar por dentro das provas anteriores aplicadas nas principais universidades. Cada instituição tem uma forma de avaliar os candidatos que querem se tornar universitários. Em geral, é possível perceber um padrão de mudança no enfoque dos vestibulares do Brasil: as provas estão cada vez mais extensas e focadas na aplicabilidade do conteúdo.
De acordo com o coordenador pedagógico da Rede Alfa Sérgio Flávio Schmitz, cada vez mais a “decoreba” fica para trás e abre espaço para o desenvolvimento de pensamento crítico e lógico. “Tem sido comum encontrar questões elaboradas a partir de situações e problemas do cotidiano que são relacionadas ao conteúdo exigido das disciplinas. Ou seja, não basta decorar fórmulas e macetes. As universidades estão em busca de alunos capazes de raciocinar e discutir possibilidades e teorias associadas aos temas atuais” destaca.
Nos últimos anos, o teste que passou por alterações mais significativas foi o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Até 2009, a prova era composta por 63 questões de múltipla escolha e uma redação. No novo modelo, o ENEM passou a ter 180 questões mais uma redação. Além disso, anteriormente, o Exame era utilizado para avaliar a qualidade de ensino das escolas. E, a partir de 2009, passou a ser uma das formas de ingressar no ensino superior. A prova passou por mudanças significativas, como, por exemplo, a divisão de áreas do conhecimento em: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens e Códigos e Matemática.
Até hoje, a característica mais marcante da prova é a interdisciplinaridade das questões, ou seja, além do domínio da teoria da matéria, o aluno também precisa estar apto a interpretar textos e ter capacidade para relacionar conteúdos de diferentes matérias. Mesmo que cada universidade tenha provas com suas particularidades, nos últimos anos, as mudanças implementadas pelo ENEM têm sido perceptíveis nas demais provas de instituições brasileiras.
Dedicação do aluno e suporte da escola são a base do sucesso
Com a concorrência cada vez mais acirrada e conteúdos e provas mais complexos, a pressão sobre os estudantes só aumenta. O coordenador pedagógico Schmitz observa que o perfil dos alunos também mudou. Hoje, eles encaram o vestibular ainda mais jovens e imaturos. “Muitos chegam nesta etapa sem estarem preparados psicologicamente. Com a crescente violência, a sociedade busca proteger as crianças e os adolescentes ao máximo. Essa proteção muitas vezes impede que eles aprendam a lidar com frustrações, decepções ou a terem autonomia. A imaturidade também está relacionada à pouca convivência com outras pessoas da mesma idade, seja pela falta de irmãos ou distância dos amigos. A escola acaba se tornando um lugar que possibilita esse convívio”, esclarece.
Para superar todos os obstáculos e ter sucesso no vestibular, é imprescindível um trabalho conjunto da escola, dos alunos e até mesmo da família. O pedagogo salienta que o aluno tem que se dedicar ao máximo e a instituição de ensino deve estimulá-lo e prepará-lo em um nível acima do que ele realmente vai enfrentar. Assim, estará seguro no dia da prova e as chances de ter um bom desempenho são maiores.
“Nós somos ainda mais exigentes do que os vestibulares. Os estudantes possuem um plano de estudos individual, fazem simulados semanalmente e sua performance é acompanhada para saber em quais pontos ele devem melhorar. É feita comparação de resultados a cada prova e, no período integral, os alunos têm à sua disposição no contra turno uma equipe de professores que tira dúvidas de conteúdos e exercícios. Todo esse suporte garante um preparo melhor e resultados positivos”, salienta Schmitz.